sexta-feira, 2 de março de 2012

Cisternas





Cisternas








Bebi sedento, em haustos, em soluços
Daquelas gotas geladas transbordando
Abasteci esta garganta seca de absurdos
Com a fúria de um mar de sal afogando.

Banhei meu corpo de calafrios e luto
No recipiente de ferrugem desbotando
Como minhas lembranças já sem uso
Na lama gelada que nos pés vi calçando

E no encharcado culto desse batismo
Renasci no profundo oceano cativo
Desta vontade úmida no paladar ferroso

Em goles maiores que essas cisternas
Provei de vontades líquidas como aquela
Parte de mim que pingava do seu pescoço.

~César Augusto


Mais um parceria com a Fotógrafa Alyne Dias e seus Clicks intuitivos!

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