“Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco...”
Augusto dos Anjos
Psicologia dos que vencem, ou não.
Eu, cria da infâmia e do conspícuo
Refém das ascensões e da alternância
De astros sem cor, como no pífio
Cuspir versos de minhas entranhas
Eu, introdutor na psiquiatria do lítio,
Maior paciente, sedado de arrogância
Enfrento a influência dos signos
Nas linhas e nos sonetos em epifania.
Já o tolo – este eterno alegre em sua sina –
Ri no desespero, ri castrado das tuas e das minhas
Come a genialidade exalada nas orbitas da atmosfera
E ainda há de ser a mão que dita teus termos,
Ainda há de ser aquele quem publica teus enredos
Quando teus satélites deixarem tua matéria.
~César Augusto
Foto: Henderson Baena
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