domingo, 11 de março de 2012

Eureka!










Eureka!











Deve ser o cinza, pensei.
Gotas são letras em nossas cabeças, uma bagunça de verso.
O poeta é um soterrado em uma chuva sem sentido, em silêncio.

Deve ser a noite então, perguntei.
Raios, trovões, visões e toda a enxurrada pouco líquida no universo,
O poeta é salva-vidas sem bote, reboque, afundando polêmico.

Tem que ser a música, escutei.
Acordes, solos e odes, toda a melodia, melancólica dos verbos
O poeta desafina sem cantar, contamina, um doente, endêmico

Esses poucos cigarros, traguei.
Fumaça, charada, a triste indiferença de atentar a tudo, viver ecos
O poeta é refém, bandido da inspiração em um tic-tac ao ponto efêmero

É o clima por certo, imaginei.
Meus amigos disseram noite passada: pensei nisso. Eu pensei versos
O poeta é um para-raios no magnetismo da inspiração dos momentos.

[Pronto para ser atingido em ponto infalível...]
Eureka!


~César Augusto.

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