Uma gotinha feminista.
Você disse, Pingo de chuva, que o amor era jaula aberta
E disse ainda, que amar na janela de casa era bitola
E que nos bancos das faculdades, sem amor, havia a descoberta
Pingo de chuva, você chegou molhada na minha porta.
Você disse, com uma chuvinha rasa, que era independência
Suspirou dizendo que fazer o que quer, era a solução trovejando
E falou de seus excertos científicos e das teorias e da sapiência
Dos molhados e sozinhos, das goteiras e de baldes transbordando.
E com toda a sua feminilidade, disse, gotinha, do feminismo e das teorias
Esquecendo daquelas viagens que só foram pelo nosso céu limpo
E daquelas experiências, gotinha, em que molhada você escorregaria
Esqueceu que sem parceiro você não teria a quem pedir carinho.
Mas pingo de chuva, nublou tudo o que querias
E nos rios de certezas escorreu boiando na caixinha
Todas aquelas juras secas, todas aquelas que fazias
Sem dar-se conta, que na garoa não poderia ler as cartinhas
Você pinguinho foi demais “sem ser você”, seca e integra,
E quando disse ser realmente a gotinha, tua essência
Chorei bem molhado, mas sequei gotinha,
Meu sonho é mais alto que esta sua “sapiência”
Só não esquece minha gotinha, que nos quadros, sem giz
Não tem nossos filminhos, nem filhinhos, nem padaria
E que ser menina gotinha, é lindo não só para ser miss
E que ser mulher pinguinho, não é ser mulherzinha.
Se é tanta injúria dizer que és minha, gotinha,
Se é tanto malgrado e atentado a independência e a arte
Nunca tivesse deixado de pagar a tua metade
Em todas as viagens, bares e cineminhas.
Só não me venha depois de anos de sol, chuvinha
Dizer com essa ideologia embrulhada sem guarda-chuva
Que ser você, tornou-se o desapego e a rebeldia,
De quem não mataria uma barata ou colocaria sozinha
- os pares de uma luva –
~César Augusto
E sem nenhum erro ortográfico! (lembra dessa?)
ResponderExcluirhuahuahuahuahuahuaa
vc tá cada vez melhor, César. Sempre tenha isso em mente.
=***