quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Rosa Matiz




Rosa Matiz











Se não disse certa vez, tempo,

Que ainda brilhava o verniz do sorriso

Não queria dizer que desbotava, denso

Não queria dizer, não, preciso...


Se outrora não fixei o olhar, vento,

Naquela bela fachada de felicidade

Não quer dizer, reforma, penso

Não quer dizer, não, saudade...


E outras vezes tantas, vendo

Todas as tábuas gastas de rotina

Não quer falar, refaz, adendo

Não quer falar, queima, porfia...


Em memórias minhas, dentro,

Das lascas que caiam, em lilás

Não quer parecer, sem cor, lembro

Não quer parecer, desmerecer, aliás


Como contemplo, na real vertente

Abaixo da epiderme, no epicentro

Não faz mostrar, sem cor, cedente

Não faz mostrar, tábua rasa ao tempo


E quando vi a rosa vermelha ultima

Aconchegada, naquilo, dito, gasto

Não fez degradê, no lilás púrpura,

Não fez degradê, ou perfume astro


A rosa, lembro bem, de idéias nuas

Cheirava mares e campos molhados

Não fez minha fachada sem pintura

Não fez minha fachada, nem sobrados


O lilás do meu destino, sem cuidado

As lascas de meus sonhos, sem verniz

A rosa não era tinta, nem reparo

A rosa não era cor, era matiz.



~César Augusto.


Agradecer a Colega fotógrafa Alyne Dias que cedeu esta foto maravilhosa que foi a base da criação desta poesia.


Parabens pelo seu trabalho moça!

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