terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Badalo Ultraje






Badalo Ultraje








Quando a chama fria, torce e tenta;

quando a chuva arde, esfria e treme;

no balandar, quando toca, deita e lembra;

é que o relógio marca, e o tempo teme;


quando o poema, prosa e mostra;

e nas linhas, sussuram desdizendo;

e nas letras, ferem, ferro e hostia;

e no peito, pálido, vago molumento;


quando badalo, batizo e bebo;

alucino, defino,definho;

e quando quero,nego e desejo

quando bebo, ermo e vinho...


e quando disfarça,disforme e marca;

e vez que sente, cilaba, tosse e doente;

e vez que rima, tinta,borra e arma;

e na palavra, em dia, atira contente;


quando era, volta e ouvia;

quando foi, temeu e temente;

vez de joelhos, dos dedos escrevia;

e palpitava, semeava semente;


e vez na escrita,esgrima;

e na boca, e na outra, ferida;

quando salivava,salutada, salgada sina;

e vez quando chorava,tomava, porfia;


e vez felino,fetiche e ferrolho;

na luta,luva, espada e espinho;

e vez só,somente, de novo;

balado de vez,verso e exilio...


e no fim, chorava, chamego,chamado;

e vez no fim, fingiu, felizmente;

e quando sentiu,servia, servente;

no fim, triste,traje do balado...


~César Augusto

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