Quando a chama fria, torce e tenta;
quando a chuva arde, esfria e treme;
no balandar, quando toca, deita e lembra;
é que o relógio marca, e o tempo teme;
quando o poema, prosa e mostra;
e nas linhas, sussuram desdizendo;
e nas letras, ferem, ferro e hostia;
e no peito, pálido, vago molumento;
quando badalo, batizo e bebo;
alucino, defino,definho;
e quando quero,nego e desejo
quando bebo, ermo e vinho...
e quando disfarça,disforme e marca;
e vez que sente, cilaba, tosse e doente;
e vez que rima, tinta,borra e arma;
e na palavra, em dia, atira contente;
quando era, volta e ouvia;
quando foi, temeu e temente;
vez de joelhos, dos dedos escrevia;
e palpitava, semeava semente;
e vez na escrita,esgrima;
e na boca, e na outra, ferida;
quando salivava,salutada, salgada sina;
e vez quando chorava,tomava, porfia;
e vez felino,fetiche e ferrolho;
na luta,luva, espada e espinho;
e vez só,somente, de novo;
balado de vez,verso e exilio...
e no fim, chorava, chamego,chamado;
e vez no fim, fingiu, felizmente;
e quando sentiu,servia, servente;
no fim, triste,traje do balado...
~César Augusto
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