segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Temor
Temor
Temo eu, na reviravolta das palavras...
Ver meu pesar rasgando com travas
Esse pouco querer de meu ser profundo
movo as bagagens de meus pesadelos
e apesar de suas vertentes serem medos
ainda tanto pondero que me inundo...
temo em minhas ciladas, todas as desventuras...
todas as saudades e diante delas as posturas
que desejam mais que a dor expoente...
mais que a vida em seu interno leito
mais que a suplica ao nó desfeito
em minha escala de liras transcendentes...
temo no entardecer dessa sutil sobriedade
adormecer meus lapsos em certa castidade
que segue meus versos na frígida carência
temo que do grande vasto, só use uma parte
temo ponderar, temo todo esse dislate
como angustiu temer essa rimada sapiência
temo o andar das estrofes...
os contos que me levam ao norte..
temo tão convicto que trincam os dentes!
Em palavras que destoam o impassível
tento escrever meias linhas no impossível...
derreter de meus desejos frementes!
Ah! como anseio e temo este paraíso etéreo
que adormece de terror sidéreo..
em lembranças do vultuoso afago
desejo e reprimo este calor latente
que alimenta minh'alma com o poder fervente
que me torna lancinante como um mago...
temo, repudio e revolto...
o tudo que em mim adormece e devoro...
como em um calabouço infinito de trevas
como uma força em que me anulo..
e cada vez que mais temo e recuo...
em cada milimetro de minhas vértebras...
~César Augusto.
Foto: Henderson Baena
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Perdoe
Perdoe
Perdoe-me
pelo “acaso” com o que escrevo
Por
minhas palavras abertas a esmo...
Perdoe-me
porque componho a tudo...
O
vasto tema que arrebato nas entrelinhas
Perdoe-me
porque entre as minúcias minhas
Posso
cativar o que dentro de ti é absurdo...
Perdoe
este termo e todas as palavras que insistem
Cada
letra que suborno e que me permitem...
Insinuar
levemente este paradeiro explicito....
Mil
desculpas... porque ouso te gritar no becos
Ecoar
minhas desculpas e seus medos
Nessas
desculpas que repito...
Minha
lástima perdoe... o acaso com o que escrevo
Entre
o que não são dúzias nem centenas, nem milheiros
perdoe...
sutil e profundamente meus fartos olhares
releve
a intromissão com que escrevo a todas as medidas
e
ainda mais minhas soturnas visitas...
Aos
teus pensamentos no singular de milhares...
Meu
humor, não note... o meio sorriso arqueado
Meu
olhar no fundo de tua
alma
espelhado...
perdoe
sem dúvida, minha invasão em teu interior
a
ânsia que me alimento de teus pesadelos
O
toque frio e singelo de meus dedos...
nas
mais profundas cicatrizes de teu fulgor...
Resuma
minhas palavras jogadas ao vento
Me
castigue deste disparate profundamente lendo...
(e
quando acabares, perdoe minhas ocasionais palavras)
ditas
só na ressonância de tua fuga interna
perdoe
os livros e minhas sublinhadas mensagens...
minha
presença nas distantes e esquecidas paragens...
Destas
desculpas casuais e sinceras...
Perdoe...
mas não lamente o acaso
Este
acaso escrito e já perdoado
“Este
desleixo com que escrevo...”
Essas
desculpas tão mal vistas
a
forma casual que são repetidas
No
perdão que recito e bracejo.
~César Augusto.
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Despir de Pétalas
Despir de Pétalas
Escuta minha voz que te grita minha
pequena!
Escuta meu beijo que te chama na rua...
E minhas mãos que procuram as tuas
macias e pequenas!
Venha meu amor! Que tiro tuas pétalas
uma a uma!
E beijo-te o corpo e canto nossos
poemas!
E te amo em uma banheira de pétalas de
rosa e espuma!
Venha meu amor! Deixe-me sentir teu
cheiro de alfazema!
E mergulhar-nos em gozo em um mar de
bruma!
Venha meu amor! E sana de ti essa
saudade!
Que sabes que em todos os momentos quero teu vinho!
Venha meu amor! Deixe-me tocar-te com a
suavidade!
De um pintor quando sua obra esta
concluindo!
Venha meu amor! E me ame com sua
mocidade!
Que em êxtase, vamos até os deuses inibindo!
~César Augusto.
sábado, 1 de setembro de 2012
Licor
Bebe
de meu corpo, na garganta descendo;
Como se meu fulgor em tua boca eu derramasse;
Bebe meu ser em beijos e goza destes ares;
Que são pingos que teu ser vão enaltecendo;
Ah querida, prova e embriaga-te querendo!;
Me bebe neste doce dia, e me diga que sabes;
Que meus versos por ti esgotariam os mares;
Enquanto de lascívia estas me bebendo!;
Prova desta líquidas saciedade;
Molha teus pequenos lábios desta divindade;
E me tem em teu corpo como um só;
Prova comigo do mais profundo licor;
Faz comigo o que todos chamam de amor;
E me toma em um gole só!
Como se meu fulgor em tua boca eu derramasse;
Bebe meu ser em beijos e goza destes ares;
Que são pingos que teu ser vão enaltecendo;
Ah querida, prova e embriaga-te querendo!;
Me bebe neste doce dia, e me diga que sabes;
Que meus versos por ti esgotariam os mares;
Enquanto de lascívia estas me bebendo!;
Prova desta líquidas saciedade;
Molha teus pequenos lábios desta divindade;
E me tem em teu corpo como um só;
Prova comigo do mais profundo licor;
Faz comigo o que todos chamam de amor;
E me toma em um gole só!
~César
Augusto.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Promessas
Promessas
Prometo em beijos deslumbrar vistoso;
todas as paixões que poderiam advir;
e em teu corpo poder dividir;
em milhares carícias e gozo;
prometo na essência da paixão sequioso;
embriagar-me de teus sabores a perquirir;
e em tuas pernas nutrir;
meu desejo lugubre e nervoso!;
Querida, prometo te prometer;
comprometo meus versos sem entender;
prometo não abster-me de provar-te;
E no profundo de minha sinceridade;
prometo seguir-te na incredulidade;
do melhor de minhas artes.
~César Augusto.
domingo, 19 de agosto de 2012
Sempre haverá poesia.
Haverá poesia vestindo as pessoas
até quando despidas dessa graça
e letras, amontoadas, sílabas de roupas
para cobrir do frio e proteger da brasa
Haverá poesia, iluminando caminhos
até quando o breu for escolha consentida
e verbos luminescentes em pontos seguidos
e sinais de fumaça em todos as virgulas
e sempre, sempre, haverá poesia.
Haverá, mesmo aos ateus e agnósticos
até em seus cálculos, nas lógicas programadas
e exclamações pagãs nos conceitos lógicos
e parágrafos de fé no circuitos da bíblia desmontada.
Pode não haver credo, nem euforia.
Mas sempre, sempre, haverá poesia.
Haverá, nas sensações não rimadas,
nos pesadelos íntimos da solidão
até nos capítulos de gramáticas faladas
poesias em algarismos rítmicos de pronunciação
independente das rimas e das bocas,
houve poesia, antes de haver todas as coisas.
~César Augusto.
Também disponível recitada: http://soundcloud.com/c-sar-pride/semprehaver-poesia
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segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Proporções.
Proporções.
Vamos mais acima,
Acima do mais alto
Mais alto do que acima
Mais acima para o salto
E ao descer, em baixo
Mais baixo do que descido
Mais descido, mais embaixo
Do que cavam os caídos
Mergulhemos, exaustos
Mergulhemos ao fundo
Mais fundo que o profundo
Por debaixo...
E na imensidão sigamos
Sigamos altos,
E morreremos imensos
Imensamente altos.
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