terça-feira, 18 de setembro de 2012

Perdoe





Perdoe










Perdoe-me pelo “acaso” com o que escrevo
Por minhas palavras abertas a esmo...
Perdoe-me porque componho a tudo...
O vasto tema que arrebato nas entrelinhas
Perdoe-me porque entre as minúcias minhas
Posso cativar o que dentro de ti é absurdo...

Perdoe este termo e todas as palavras que insistem
Cada letra que suborno e que me permitem...
Insinuar levemente este paradeiro explicito....
Mil desculpas... porque ouso te gritar no becos
Ecoar minhas desculpas e seus medos
Nessas desculpas que repito...

Minha lástima perdoe... o acaso com o que escrevo
Entre o que não são dúzias nem centenas, nem milheiros
perdoe... sutil e profundamente meus fartos olhares
releve a intromissão com que escrevo a todas as medidas
e ainda mais minhas soturnas visitas...
Aos teus pensamentos no singular de milhares...

Meu humor, não note... o meio sorriso arqueado
Meu olhar no fundo de tua alma espelhado...
perdoe sem dúvida, minha invasão em teu interior
a ânsia que me alimento de teus pesadelos
O toque frio e singelo de meus dedos...
nas mais profundas cicatrizes de teu fulgor...

Resuma minhas palavras jogadas ao vento
Me castigue deste disparate profundamente lendo...
(e quando acabares, perdoe minhas ocasionais palavras)
ditas só na ressonância de tua fuga interna
perdoe os livros e minhas sublinhadas mensagens...
minha presença nas distantes e esquecidas paragens...
Destas desculpas casuais e sinceras...

Perdoe... mas não lamente o acaso
Este acaso escrito e já perdoado
“Este desleixo com que escrevo...”
Essas desculpas tão mal vistas
a forma casual que são repetidas
No perdão que recito e bracejo.

~César Augusto.


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