domingo, 19 de agosto de 2012
Sempre haverá poesia.
Haverá poesia vestindo as pessoas
até quando despidas dessa graça
e letras, amontoadas, sílabas de roupas
para cobrir do frio e proteger da brasa
Haverá poesia, iluminando caminhos
até quando o breu for escolha consentida
e verbos luminescentes em pontos seguidos
e sinais de fumaça em todos as virgulas
e sempre, sempre, haverá poesia.
Haverá, mesmo aos ateus e agnósticos
até em seus cálculos, nas lógicas programadas
e exclamações pagãs nos conceitos lógicos
e parágrafos de fé no circuitos da bíblia desmontada.
Pode não haver credo, nem euforia.
Mas sempre, sempre, haverá poesia.
Haverá, nas sensações não rimadas,
nos pesadelos íntimos da solidão
até nos capítulos de gramáticas faladas
poesias em algarismos rítmicos de pronunciação
independente das rimas e das bocas,
houve poesia, antes de haver todas as coisas.
~César Augusto.
Também disponível recitada: http://soundcloud.com/c-sar-pride/semprehaver-poesia
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