Clarice fugia.
Sem sapatinho, não Se[nt]-ia.
Ela não ouvia, não dava ouvidos,
Não dava bola, não dava gritos,
Não dava nada, ela só ia.
Não acenava, nem dizia,
Clarice não queria, não Sa[b]-ia
Que nem tudo eram livros.
Ela odiava os mortos e os vivos
Ela só lia, nem So[rr]-ia.
Ela havia amado, ha-via.
Mas não deixava, não que[r]-ia.
Clarice não gestava seus filhos
Ela não paria seus mitos
Nada servia, ela So[f]-ria.
Clarice fugia.
Do amor, das apostas ela de-via.
Nem jogava, nem bebia, litros
Clarice só notava os riscos
Ela não vinha, nem par[t]-ia.
Ela era fria.
E se orgulhava, ela que[r]-ia
Parecer impermeável aos ritos
Clarice entediada em um circo
Sem risada, que não se[r]-via
Clarice fugia
De todos, de mim, Se-ria
Ela lamentava, e se dizia sem brilho
Uma estrangeira no exílio
Do cinismo que-ria.
Clarice me[nt]ia,
A altivez, a porfia,
A dureza de seus ditos
A descrença nos poemas lidos
Que Clarice rasgava e Mo[rr]ia.
Clarice, Ar...[d]ia...
~César Augusto.
Foto: Henderson Baena
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