quinta-feira, 19 de julho de 2012

Visões








Visões.











Dos olhos pulam circunstâncias,
Escorrem argumentos derretidos
Arregalam atenções e fragrâncias
Do amago úmido dos tecidos...

Piscam sentimentos remoídos
E apertam salgadas distâncias
em mililitros de verdade ungidos
Nas terminações e nas glândulas

O globo ocular evidencia na fração
O quadro eterno, a congelada emoção
Reprisada em lágrimas vãs e míopes

Astigmatismo de ideias fixas
choradas constelações líquidas
de todas as possibilidades virgens

~

Os dois globos gêmeos, ambigues,
As duas grades de cores e distâncias
Vezes copos vermelhos de matizes
Dos sonhos mais tenros da infância...

Vezes amarelo desgastado até a iris
Doada cornéa de sonhos na fractância
de ilusões sem retina de um calibre
mortal no cristalino das alternâncias

As cores se enganam, embaçadas
O foco se perde trêmulo nas páginas
Letras miúdas, detalhes dolorosos

Vítreo da alma, mácula e esclera
A verdade é invertida quando certa
Como é o motivo que arrepia os poros.

~César Augusto

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